quinta-feira, 12 de novembro de 2015

[A Minha Opinião] Mãe


Este ano entram na lista de leituras alguns escritores espanhóis, e confesso que fico cada vez mais fã. Raras vezes lia literatura espanhola, mas ainda bem que o comecei a fazer. As surpresas têm sido sempre boas. 

Muitas vezes sou atraída por um livro pela sinopse, pela capa ou por uma simples palavra. Neste romance confesso que foi a palavra "Barcelona". Sou uma apaixonada pela cidade e queria voltar a ela, nem que fosse através de um livro. 

Alejandro Palomas deu-me a conhecer uma família espanhola muito peculiar, aliais, como todas as famílias o são. A história desta família, desta mãe, é contada pela voz do filho mais velho, Fer. É pelos olhos de Fer que, numa noite de fim de ano, conhecemos a mãe Amalia e restantes: Emma, Sílvia, tio Eduardo e Olga. Durante um jantar de fim de ano vou conhecendo melhor todos estes protagonistas e os seus dramas. Descubro o que provoca tantos silêncios, omissões, dramas, tristezas e sorrisos. Foi sem dúvida a noite mais longa do ano!

Amalia é uma personagem fantástica e inspiradora. Uma mãe lutadora e uma mulher que reaprende o gosto de viver, e olha o mundo quase com a inocência de uma criança. É esta mulher que tudo faz para perceber os silêncios dos seus filhos e guia-os de encontro à sua felicidade. Porque na sua felicidade está a felicidade dos seus rebentos. 

É um romance que nos envolve pelas relações humanas e afectivas que descreve. Pela forma profunda como explora sentimentos e emoções. E pelas reflexões que estimula. Confesso que por diversas vezes reli algumas passagens do livro. Muitos parabéns ao Alejandro Palomas pela profundidade das palavras. 

Um romance que aconselho a todas as mãe e filhos, a todas as famílias. 
Leiam! 

Boas leituras!  


"Ninguém é toda a gente, nem ninguém é repetido. Parecido, talvez. Repetido, não. E isso é a vida, Fer: encontrar os parecidos e fugir dos repetidos. O resto chega ou não chega, aparece ou não aparece, magoa ou não magoa."

"É essa a magia da ficção e também o horror do real: o facto de a vida nem sempre ser o que acontece, mas sim as sequelas do que parece ser. E o facto de as dimensões que o tempo acumula sobre os acontecimentos serem, em muitas ocasiões, as que dão medida do que se viveu."

Para mais informações sobre o livro, consulte o site da Editorial Presença aqui.

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